POR LA GARANTIA DE OPORTUNIDADES
Investigadora defende importância de garantir oportunidades aos descendentes dos imigrantes
Ao contrário dos pais, os jovens descendentes de imigrantes não escolheram o país onde vivem e, por isso, sem medidas que lhes garantam oportunidades não haverá sucesso na sua integração, sustenta a socióloga Beatriz Padilla.
A investigadora no ISCTE, em Lisboa, não tem dúvidas: “Sem medidas de acção afirmativa não vamos longe.” “Se não damos oportunidades a estas pessoas, que são vistas como diferentes”, sejam negras, mulheres ou outras minorias, elas “nunca vão lá chegar, é impossível, seria um milagre”, considera a socióloga, que dará hoje uma conferência sobre jovens descendentes de imigrantes, no âmbito do festival Rotas e Rituais, em Lisboa.
Reconhecendo que houve uma evolução positiva desde as leis da Nacionalidade e da Imigração, Beatriz Padilla realça que “ainda há trabalho a fazer, sobretudo com os jovens”. Qual é “o incentivo” para quem acaba os estudos e “tem de ir trabalhar na construção civil e perpetuar o estatuto do pai?”, interroga a investigadora, sublinhando “a diferença de expectativas” entre o imigrante – que desejou sair do seu país e, por isso, se sujeitou – e o filho do imigrante – que não emigrou e nasceu num país onde não se sente nacional, porque é “rejeitado”.
Alargar os direitos políticos dos imigrantes, permitindo-lhes votar apenas com o requisito de “alguns anos de residência”, seria também um incentivo, sugere. Beatriz Padilla discorda da proposta dos projectos de revisão constitucional de PS e BE, que retiram do artigo 13.º da Constituição, sobre não discriminação, a categoria “raça”. A discriminação que existe em Portugal, contrapõe, é “muito mais visível em relação à comunidade africana”.
“Toda a gente sabe que a raça como raça não existe, mas existe na cabeça das pessoas”, sublinha. Isto embora “todos os portugueses” acreditem “que são menos racistas do que o resto do mundo”. A imigração tem diminuído, uma tendência que se deve sobretudo à crise. Porém, “é muito raro acontecer” que a motivação do imigrante seja “só económica”.
Uma coisa é certa: “a única saída rápida que existe” para o envelhecimento da população é a imigração. “Ainda há vários mitos em relação à imigração”, lamenta a socióloga, apontando a ideia de uma alegada maior qualificação dos imigrantes de Leste e menor capacitação de brasileiros e africanos.
Mas “o maior mito de todos é o do retorno”, refere. “Está na moda falar de retorno, mas retorno em massa não estou a ver”, acrescenta, referindo-se à comunidade brasileira e à eventualidade de esta regressar ao Brasil numa altura em que o país cresce economicamente e inicia um novo ciclo político. Mas reconhece que “o Brasil está na moda”, não só como “potência”, mas também no “aspecto cultural”.
Existe “uma relação de amor e ódio entre Portugal e o Brasil”, são “mãe e filho, mas o
A investigadora no ISCTE, em Lisboa, não tem dúvidas: “Sem medidas de acção afirmativa não vamos longe.” “Se não damos oportunidades a estas pessoas, que são vistas como diferentes”, sejam negras, mulheres ou outras minorias, elas “nunca vão lá chegar, é impossível, seria um milagre”, considera a socióloga, que dará hoje uma conferência sobre jovens descendentes de imigrantes, no âmbito do festival Rotas e Rituais, em Lisboa.
Reconhecendo que houve uma evolução positiva desde as leis da Nacionalidade e da Imigração, Beatriz Padilla realça que “ainda há trabalho a fazer, sobretudo com os jovens”. Qual é “o incentivo” para quem acaba os estudos e “tem de ir trabalhar na construção civil e perpetuar o estatuto do pai?”, interroga a investigadora, sublinhando “a diferença de expectativas” entre o imigrante – que desejou sair do seu país e, por isso, se sujeitou – e o filho do imigrante – que não emigrou e nasceu num país onde não se sente nacional, porque é “rejeitado”.
Alargar os direitos políticos dos imigrantes, permitindo-lhes votar apenas com o requisito de “alguns anos de residência”, seria também um incentivo, sugere. Beatriz Padilla discorda da proposta dos projectos de revisão constitucional de PS e BE, que retiram do artigo 13.º da Constituição, sobre não discriminação, a categoria “raça”. A discriminação que existe em Portugal, contrapõe, é “muito mais visível em relação à comunidade africana”.
“Toda a gente sabe que a raça como raça não existe, mas existe na cabeça das pessoas”, sublinha. Isto embora “todos os portugueses” acreditem “que são menos racistas do que o resto do mundo”. A imigração tem diminuído, uma tendência que se deve sobretudo à crise. Porém, “é muito raro acontecer” que a motivação do imigrante seja “só económica”.
Uma coisa é certa: “a única saída rápida que existe” para o envelhecimento da população é a imigração. “Ainda há vários mitos em relação à imigração”, lamenta a socióloga, apontando a ideia de uma alegada maior qualificação dos imigrantes de Leste e menor capacitação de brasileiros e africanos.
Mas “o maior mito de todos é o do retorno”, refere. “Está na moda falar de retorno, mas retorno em massa não estou a ver”, acrescenta, referindo-se à comunidade brasileira e à eventualidade de esta regressar ao Brasil numa altura em que o país cresce economicamente e inicia um novo ciclo político. Mas reconhece que “o Brasil está na moda”, não só como “potência”, mas também no “aspecto cultural”.
Existe “uma relação de amor e ódio entre Portugal e o Brasil”, são “mãe e filho, mas o
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